21/09/2016

Onde  mora a estúpida morte?
No ultimo maço? Na ultima dose?
Na próxima esquina

Qual é a sensação de  apodrecer em vida?
Sentir os vermes roendo os ossos
E decompor-se em dores
Cujo remédio não pode pagar?

(o que pode pagar
É a cachaça
Que se não cura
Faz esquecer)

O corpo sacro lhe causou óbito
Começou na garganta, calando os sonhos.
Sonhos estes que afogou em noites em claro
Mas uma bebida quente não aqueceu seu corpo frio
Mas remédio nenhum calava a humilhação

A carne negra marcada não pelo chicote
Mas pela fome, pela doença, pela facada no bucho.
Que é o açoite, a herança de seus senhores
E de açúcar sua vida foi vazia
Diabetes social não permitia

Jaz  mais um sobrevivente
Ao pó voltou como diz a profecia.
E finalmente a terra prometida
Que tanto lutou ,que regou com suor
É a terra que o abraça quente
Como uma mãe (que nunca teve ) o abraçaria

O circo fúnebre de flores e padres
A maior piada é que sequer poderia ler a própria lápide
E a justiça ironica é que se finda na morte a desigualdade

Ao ter o mesmo fim que o rico que tudo lhe tirou


já era pó
muito antes do pó retornar.

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